Ribamar Tôrres
A proposta de criação deste blog objetiva a abertura de um novo espaço de discussão das políticas públicas de educação e suas relações econômicas, políticas, sociais e culturais. The proposal to create this blog aims to open a new space for discussion of public education policies and their economic, political, social and cultural relations.
segunda-feira, 28 de setembro de 2015
Reflexões relâmpago
A terceirização do Fazer Educativo
José Ribamar Tôrres Rodrigues
Doutor em Educação pela USP
Mestre em Educação pela PUC/SP
Estágio em Formação de Professores no IUFM de DOUAI/ França
Estágio em formação de Professores em CUBA
Ex-Membro do Conselho Estadual de Educação/PI
Coordenador do Fórum Estadual de Educação
Membro do Banco de Avaliadores do MEC/INEP
A Terceirização da gestão e do fazer
educacional se aproximam com a notícia de que a SEDUC está em vias de contratar
a Fundação Getúlio Vargas para planejar as ações educacionais no Piauí. De duas
uma ou nossos excelentes técnicos e professores são incompetentes ou a FGV tem
alguma fórmula mágica, milagrosa, de alguma ciência extraterrestre que nós
ainda não conhecemos e nem estudamos.
Vamos retornar a colonização, agora
intelectual.
The outsourcing of management and educational
approaches do with the news that SEDUC is in the process of hiring the Getulio
Vargas Foundation to plan educational activities in Piaui . One or two of our
excellent technicians and teachers are incompetent or FGV has some magic
formula , miraculous in some alien science we do not yet know nor study .
Let us return to colonization, now intellectual .
A FGV é um órgão respeitado
internacionalmente, mas não se conhece sua tradição de atuar em Educação Básica
no Brasil, a não ser em programa de Avaliação da educação no Nordeste
brasileiro, através de financiamento do Banco Mundial, o programa EDURURAL.
Os excelentes técnicos e professores do
Piauí vão continuar úteis no processo de execução, treinados para repetir
fórmulas que nos últimos cinquenta anos não deram certo no Brasil e nem no
Piauí. Os vários projetos concebidos no Piauí pela nossa inteligentsia são
ignorados pelos nossos gestores.
É uma pena como um Estado atrasado como o
Piauí se dê ao luxo de repetir erros do passado e investir rios de dinheiro
para ações que mal dão conteúdo para a mídia e uma visibilidade passageira sem
resultados para a escola quando estes vultosos recursos poderiam estar
valorizando nossos profissionais.
Se as notícias que correm sobre a
contratação da Fundação Getúlio Vargas para vir planejar ações educacionais no
Estado forem verídicas, teremos de nos conformar com a condição de colonos
intelectualizados.
Ninguém é contra as assessorias externas,
aos intercâmbios internacionais ou nacionais que venham somar aos esforços de
nossos competentes técnicos e professores. O que não se pode admitir é uma
visão distorcida de educação e a ausência dos profissionais da área para
discussão e participação nas decisões educacionais do Piauí. O que não se pode
admitir é a substituição da construção do processo educativo ao longo dos anos
produzidos por estes abnegados profissionais do ensino no Piauí. O que não se
pode entender é a justaposição de ações que ignoram a nossa produção
intelectual e nossa cultura. O que se torna estranho é que as ações
educacionais do Estado sejam terceirizadas, relegando nossas cabeças pensantes
e estruturantes à condição de peões que não precisem pensar, mas apenas
executar, caindo-se no fosso da separação entre os produtores de saberes e os
executores de saberes. Esta é uma visão de séculos passados, atrasada,
discriminatória e positivista.
Como diria nosso saudoso jornalista
Deoclécio Dantas: Eita Piauí difícil!


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