quarta-feira, 4 de março de 2020




IDENTIDADE PROFISSIONAL DOCENTE E O HABITUS PEDAGÓGICO


PROFESSIONAL TEACHING IDENTITY AND THE PEDAGOGICAL HABITUS


José Ribamar Tôrres Rodrigues
Doutor em Educação pela USP
Mestre em Educação pela PUC/SP
Estágio em Formação de Professores no IUFM de DOUAI/ França
Estágio em formação de Professores em CUBA
Ex-Membro do Conselho Estadual de Educação/PI
Ex-Coordenador do Fórum Estadual de Educação
Membro do Banco de Avaliadores do MEC/INEP
TEL: (86) 99415-9958
e-mail: jrib.torres@gmail.com


José Ribamar Rodrigues Tôrres
PhD in Education from USP
Master in Education from PUC / SP
Internship in Teacher Training in the IUFM of DOUAI / France
Stage for Teacher training in Cuba
Former member of the State Board of Education / PI
Ex´-Coordinator of the State Education Forum
Member of Appraisers Bank MEC / INEP
TEL/whatsApp: (86) 99415-9958
            e-mail: jrib.torres@gmail.com

RESUMO
Este artigo discute a relações entre a identidade profissional docente e o habitus pedagógico, enfatizando a força do habitus pedagógico não apenas como uma decorrência do processo de ensino e aprendizagem, institucional ou da sala de aula, mas como um conjunto de conteúdos, habilidades e valores que o profissional docente incorpora ao longo de sua trajetória de vida dentro e fora da escola, especialmente sua experiência de formação profissional e para a cidadania, incorporando aspectos de suas relações humanas sociais e econômicas, tendo diferentes posições de poder nos grupos sociais dos quais participa como família, religião e trabalho onde os limites de poder são determinados por um contexto cultural.

ABSTRACT
This article discusses the relationship between the teaching professional identity and the pedagogical habitus, emphasizing the strength of the pedagogical habitat not only as a result of the institutional and classroom teaching and learning process, but as a set of contents, skills and values ​​that the teaching professional incorporates throughout his life trajectory inside and outside the school, especially his experience of professional training and for citizenship, incorporating aspects of his social and economic human relations, having different positions of power in the social groups in which he participates as family, religion and work, where the limits of power are determined by a cultural context.


RESUMÈ
Cet article examine la relation entre l'identité professionnelle de l'enseignement et l'habitus pédagogique, en soulignant la force de l'habitat pédagogique non seulement en raison du processus d'enseignement et d'apprentissage institutionnel et en classe, mais comme un ensemble de contenus, de compétences et de valeurs qui le professionnel de l'enseignement intègre tout au long de sa trajectoire de vie à l'intérieur et à l'extérieur de l'école, en particulier son expérience de la formation professionnelle et de la citoyenneté, en incorporant des aspects de ses relations sociales et économiques humaines, ayant différentes positions de pouvoir dans les groupes sociaux auxquels il participe en tant que famille, religion et travail, où les limites du pouvoir sont déterminées par un contexte culturel.


RESUMEN
Este artículo analiza la relación entre la identidad profesional docente y el habitus pedagógico, enfatizando la fortaleza del hábitat pedagógico no solo como resultado del proceso de enseñanza y aprendizaje institucional y en el aula, sino como un conjunto de contenidos, habilidades y valores que El profesional docente incorpora a lo largo de su trayectoria de vida dentro y fuera de la escuela, especialmente su experiencia de formación profesional y de ciudadanía, incorporando aspectos de sus relaciones humanas sociales y económicas, teniendo diferentes posiciones de poder en los grupos sociales en los que participa como familia, religión y trabajo, donde los límites del poder están determinados por un contexto cultural.

SOMMARIO
Questo articolo discute la relazione tra l'identità professionale dell'insegnamento e l'habitus pedagogico, sottolineando la forza dell'habitat pedagogico non solo come risultato del processo di insegnamento e apprendimento istituzionale e di classe, ma come insieme di contenuti, abilità e valori che il professionista dell'insegnamento incorpora per tutta la vita la sua traiettoria all'interno e all'esterno della scuola, in particolare la sua esperienza di formazione professionale e per la cittadinanza, incorporando aspetti delle sue relazioni umane sociali ed economiche, con posizioni di potere diverse nei gruppi sociali in cui partecipa come famiglia, religione e lavoro, dove i limiti del potere sono determinati da un contesto culturale.
 
 
 
ZUSAMMENFASSUNG
 
In diesem Artikel wird die Beziehung zwischen der Identität des Lehrers und dem pädagogischen Habitus erörtert. Dabei wird die Stärke des pädagogischen Lebensraums nicht nur als Ergebnis des Lehr- und Lernprozesses in der Institution und im Unterricht hervorgehoben, sondern auch als eine Reihe von Inhalten, Fähigkeiten und Werten, die Der Lehrprofi bezieht während seines gesamten Lebensverlaufs innerhalb und außerhalb der Schule insbesondere seine Erfahrungen in der Berufsausbildung und im Bereich der Staatsbürgerschaft ein und bezieht dabei Aspekte seiner sozialen und wirtschaftlichen menschlichen Beziehungen mit ein, wobei er in den sozialen Gruppen, an denen er beteiligt ist, unterschiedliche Machtpositionen innehat Familie, Religion und Arbeit, bei denen die Grenzen der Macht durch einen kulturellen Kontext bestimmt werden.
 
РЕЗЮМЕ
В этой статье обсуждается взаимосвязь между педагогической профессиональной идентичностью и педагогической средой обитания, подчеркивается сила педагогической среды обитания не только в результате институционального и классного процесса преподавания и обучения, но и как совокупность содержания, навыков и ценностей, которые Педагог-профессионал на протяжении всей своей жизни учитывает траекторию своей жизни как внутри школы, так и за ее пределами, особенно свой опыт профессиональной подготовки и получения гражданства, включая аспекты своих социальных и экономических человеческих отношений, занимая различные позиции власти в тех социальных группах, в которых он участвует, как семья, религия и работа, где пределы власти определяются культурным контекстом.
 
REZYUME
 
V etoy stat'ye obsuzhdayetsya vzaimosvyaz' mezhdu pedagogicheskoy professional'noy identichnost'yu i pedagogicheskoy sredoy obitaniya, podcherkivayetsya sila pedagogicheskoy sredy obitaniya ne tol'ko v rezul'tate institutsional'nogo i klassnogo protsessa prepodavaniya i obucheniya, no i kak sovokupnost' soderzhaniya, navykov i tsennostey, kotoryye Pedagog-professional na protyazhenii vsey svoyey zhizni uchityvayet trayektoriyu svoyey zhizni kak vnutri shkoly, tak i za yeye predelami, osobenno svoy opyt professional'noy podgotovki i polucheniya grazhdanstva, vklyuchaya aspekty svoikh sotsial'nykh i ekonomicheskikh chelovecheskikh otnosheniy, zanimaya razlichnyye pozitsii vlasti v tekh sotsial'nykh gruppakh, v kotorykh on uchastvuyet, kak sem'ya, religiya i rabota, gde predely vlasti opredelyayutsya kul'turnym kontekstom.
 


A identidade profissional docente é constituída de vários fatores nem sempre enfatizados nas reflexões e análises inseridas sobre o tema nas produções científicas de pesquisadores e estudiosos.
A identidade docente é constituída de HABITUS (Categoria teórica desenvolvida por Pierre Bourdieu).  Na minha tese de doutorado desenvolvi a categoria de HABITUS PEDAGÓGICOS.  Nesse aspecto, o Habitus incorpora, segundo Bourdieu as estruturas mentais (cognitivas) chamada de EIDOS , estruturas das relações sociais ou contexto histórico, chamadas ETHOS e estruturas atitudinais, chamadas HEXIS pelos filósofos gregos Platão e mais ainda Aristóteles cujo pensamento filosófico tentava aproximação entre fé e razão através da racionalização do pensamento cristão.
Assim, a identidade docente é constituída de Habitus e Habitus Pedagógicos definidos por experiências individuais e sociais.  A questão é que tal identidade do profissional docente é definida a priori pelos programas de formação, pelas normas legais institucionais e sociais e pelas expectativas do imaginário social, gerado pelos discursos de românticos a revolucionários, de missionários a burocráticos, de sacerdócio a mercenários, de massa de manobra a idiotas úteis, de operários a militantes políticos disseminados na sociedade pelos antigos e novos colonizadores que apesar da luta dos professores contra a ignorância, continuam tais colonizadores a se manter no poder graças à função anestésica das propostas educacionais, executadas por professores que direta ou indiretamente contribuem para a resistência à mudança.
Os cursos de formação em todos os níveis exigem e ensinam a ser professor/ator (categoria de Max Weber) para desempenhar papeis pré-determinados pelo sistema. No entanto, o mesmo processo que automatiza ou robotiza o professor é o mesmo que gera elementos para sua superação do ensino mecânico enquanto processo social, defendido por grupos de interesse que tem na educação uma arma de colonização e perpetuação da dominação.
A questão sobre o que é mais importante para a identidade do professor, se a formação ou a experiência vamos tentar expor nosso pensamento contradizendo alguns aspectos confirmados em algumas produções de estudiosos.
Há de se dizer que não consideramos seja a formação, seja a experiência em diferentes níveis de importância. Ambas são parte de um processo de formação e atuação. A experiência não é um fator à parte destas relações de construção contínua da identidade docente que envolve questões legais, sociais, culturais, geográficas, institucionais, históricas, temporais (época).
A identidade tem uma parte estruturada e uma parte estruturante. A parte estruturada é resultante do arbitrário curricular de formação inicial ou continuada que reflete a própria estrutura de época de cada cultura local-universal- local.
Como o professor pode ter uma identidade profissional se sua própria formação se define a Base de expectativas institucionais que reforçam seu papel executor e repetidor, excluindo-se      a ênfase no pensar, no refletir, no construir?
Já é tempo de se perceber que a formação não tem a função de inocular uma identidade, mas de favorecer os elementos para sua construção não de uma identidade padronizada, mas de identidades que se vinculam às questões centrais do homem e da sociedade do contexto histórico de cada época mesmo porque os contextos históricos embora possam ter uma base universal não são homogêneos, estanques e permanentes.
A identidade docente não pode prescindir de eixos teórico-formal, valorativo e da experiência. Neste aspecto dar-se relevância à representação da sociedade do que é ser professor e que reflete nas representações e nos estereótipos gerados pela cultura local, institucional, escolar, familiar, de gestores e dos meios de comunicação social e a representação presente na legislação educacional. Também, não pode prescindir da representação dos professores sobre si mesmos do que é ser professor, representação das instituições formadoras sobre o que é ser professor cujo reflexo se pode constatar nos currículos escolares e acadêmicos, na metodologia e nos processos avaliativos.
Embora alguns estudos se preocupem em mostrar as várias faces da identidade docente não extrapola para o campo das múltiplas relações de identidades que se vinculam concomitantemente a uma época onde se constroem um conjunto de fazeres a que damos o nome de ciclos de práticas.
Assim, carece precisar melhor, ao falar de contexto social, se tal contexto se refere ao amplo da sociedade ou ao específico da escola. De outro lado, enfatiza sempre a relação do docente e contexto, do docente e a formação inicial e continuada, do docente, experiência e saberes da experiência, mas não se refere na questão da identidade, a relação ou participação e importância capital da ação do professor-formador.
Outro aspecto ausente é a relação professor-professor na construção dessa identidade, isto é, a ação recíproca entre professores como de fundamental importância para a aquisição de um HABITUS PEDAGÓGICO que se define como base da identidade docente. A identidade docente é multifacetada, daí, não ser razoável atribuir maior ou menor importância a esse ou àquele fator como decisivo, visto que a formação da identidade é um processo coletivo.
Outro fator ausente é o que se refere à interatividade tecnológica e a produção individual de tecnologias nas quais se constitui o repertório da experiência docente como um fator preponderante na formação dessa identidade profissional.

Referências

BOURDIEU, Pierre. Economia das trocas simbólicas. Rio de Janeiro, Perspectiva, 361p. 1992, p.201-2.

GAUTHIER, Clermont et alii. Pour une théorie de la pedagogie.
Québec, Les Presses de L’Université  Laval, 1997.
 NÓVOA, Antonio. (Coord.). Os professores e a sua formação. Lisboa,
 Dom Quixote, Instituto de Inovação Educacional, Nova enciclopédia,
 158p., 1995. (FE-371.1>P964).    
     RODRIGUES, J. R. Torres.  Educação além do asfalto. (um estudo sobre
          as concepções e práticas do professor rural) Teresina,
          Edufpi,    203p.,1999.
SCHÖN, Donald.  Educating the reflective practitioner. San Francisco,
        Jossei-Bass Publischers,1987.


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