Metodologias
Ativas – Sala de aula ampliada
Active Methodologies - Extended Classroom
José
Ribamar Tôrres Rodrigues
Doutor
em Educação pela USP
Mestre
em Educação pela PUC/SP
Estágio
em Formação de Professores no IUFM de DOUAI/ França
Estágio
em formação de Professores em CUBA
Ex-Membro
do Conselho Estadual de Educação/PI
Ex-Coordenador
do Fórum Estadual de Educação
Membro
do Banco de Avaliadores do MEC/INEP.
José Ribamar Tôrres Rodrigues
PhD in Education from USP
Master in Education from PUC / SP
Internship in Teacher Training in the
IUFM of DOUAI / France
Stage for Teacher training in Cuba
Former member of the State Board of
Education / PI
Former Coordinator of the State
Education Forum
Member of Appraisers Bank MEC / INEP.
E-Mail: jrib.torres@gmail com
Tel (86) 99415-9958
Resumo
Trata-se de uma discussão crítica
sobre metodologias ativas em relação ao
processo de ensino e aprendizagem e faz-se a introdução do conceito desse autor
sobre sala de aula ampliada que vai além das abordagens, comumente,
concebidas em geral nos meios acadêmicos e além da proposta de
sala de aula investida, cujo termo considera-se inadequado e os procedimentos
para sua aplicação, tendo como eixo do processo de ensino e aprendizagem a construção de relações pedagógicas que vão
constituir o que este autor chama de estruturas de interação e estruturas de representação, indexados à
prática docente e ao repertório de novos saberes pedagógicos.
Abstract
This is a critical discussion about active methodologies in relation to the teaching and learning process and introduces the concept of this author of the extended classroom which goes beyond the approaches commonly conceived in the academic world and beyond the proposed classroom and the procedures for its application, having as its axis the teaching and learning process. construction of pedagogical relations that will constitute what this author calls interaction structures and representation structures, indexed to the teaching practice and the repertoire of new pedagogical knowledge.
Resumè
Il s’agit d’une discussion critique sur les méthodologies actives en relation avec le processus d’enseignement et d’apprentissage et présente le concept de cet auteur de la classe élargie qui va au-delà des approches couramment conçues dans le monde académique et au-delà de la classe assaut proposée ont le terme est considéré inapproprié ainsi que les procédures pour son application, en ayant pour axe le processus d’enseignement et d’apprentissage. construction de relations pédagogiques qui contribueront à ce que cet auteur appelle des structures d'interaction et des structures de représentation, indexées sur la pratique pédagogique et le répertoire de nouvelles connaissances pédagogiques.
Resumen
Esta es una discusión crítica de las
metodologías activas en relación con el proceso de enseñanza y aprendizaje e
introduce el concepto de este autor de un aula ampliada que va más allá de los
enfoques comúnmente concebidos en la academia y más allá. Propuesta de aula
propuesta, cuyo término se considera inapropiado y los procedimientos para su
aplicación, teniendo como eje del proceso de enseñanza y aprendizaje la
construcción de relaciones pedagógicas que constituirán lo que este autor llama
estructuras de interacción y estructuras de representación. , indexado a la
práctica docente y al repertorio de nuevos conocimientos pedagógicos.
Sommario
Questa è una discussione critica delle
metodologie attive in relazione al processo di insegnamento e apprendimento e
introduce il concetto di questo autore di un'aula ampliata che va oltre gli
approcci comunemente concepiti nel mondo accademico e oltre. proposta di
proposta in classe, il cui termine è considerato inappropriato e le procedure
per la sua applicazione, avendo come asse del processo di insegnamento e
apprendimento la costruzione di relazioni pedagogiche che costituiranno ciò che
questo autore chiama strutture di interazione e strutture di rappresentazione.
, indicizzato alla pratica dell'insegnamento e al repertorio di nuove
conoscenze pedagogiche.
Zusammenfassung
Dies ist eine kritische
Auseinandersetzung mit aktiven Methoden im Zusammenhang mit dem Lehr- und
Lernprozess und eine Einführung in das Konzept des Autors für ein erweitertes Klassenzimmer,
das über die im akademischen Bereich und darüber hinaus üblichen Ansätze
hinausgeht. Vorschlag für ein Klassenzimmer, dessen Begriff als unangemessen
erachtet wird, und die Verfahren für seine Anwendung, wobei der Aufbau von
pädagogischen Beziehungen als Achse des Lehr- und Lernprozesses dient, die das
ausmachen, was dieser Autor Interaktionsstrukturen und
Repräsentationsstrukturen nennt. , bezogen auf die Unterrichtspraxis und das
Repertoire neuer pädagogischer Kenntnisse.
РЕЗЮМЕ
Это критическое обсуждение активных
методологий, связанных с процессом преподавания и обучения, и представляет
концепцию автора расширенного класса, которая выходит за рамки подходов, обычно
представляемых в академических кругах и за ее пределами. Предложенное
предложение в классе, термин которого считается неуместным, и процедуры его
применения, имеющие в качестве оси процесса преподавания и обучения построение
педагогических отношений, которые будут составлять то, что автор называет
структурами взаимодействия и структурами представления. , привязанный к
педагогической практике и репертуару новых педагогических знаний.
Rezyume
Eto kriticheskoye obsuzhdeniye aktivnykh metodologiy, svyazannykh s protsessom prepodavaniya i obucheniya, i predstavlyayet kontseptsiyu avtora rasshirennogo klassa, kotoraya vykhodit za ramki podkhodov, obychno predstavlyayemykh v akademicheskikh krugakh i za yeye predelami. Predlozhennoye predlozheniye v klasse, termin kotorogo schitayetsya neumestnym, i protsedury yego primeneniya, imeyushchiye v kachestve osi protsessa prepodavaniya i obucheniya postroyeniye pedagogicheskikh otnosheniy, kotoryye budut sostavlyat' to, chto avtor nazyvayet strukturami vzaimodeystviya i strukturami predstavleniya. , privyazannyy k pedagogicheskoy praktike i repertuaru novykh pedagogicheskikh znaniy.
Todas as abordagens metodológicas são consequência de um
ciclo de práticas, inseridos em um contexto cultural de época. Essas abordagens
são cunhadas de muitos apelidos conforme as características culturais (teórica,
histórica e metodológica) de cada época. Apesar de tantos nomes que servem de
marketing para profissionais, empresas e instituições de ensino, as
metodologias ativas se fundamentam em uma série de abordagens teórico-práticas.
No entanto, todas defendem o princípio da aprendizagem centrada no aluno como
protagonista do processo, sendo o professor apenas a diretriz, a fonte de
orientação, mas também aprendiz em cujo processo de aprendizagem estabelece campos
de interação e construção de representações, onde cada um coloca suas ideias,
trocam opiniões, sistematizam com base em um referencial cientifico, legitimam suas
argumentações discutidas coletivamente, constroem e sistematizam um novo
conhecimento para provocar novas questões.
Nesse
sentido, Edgard Morin, Paulo Freire, John Dewey e Antonio Gramsci nos oferecem
categorias teóricas que de alguma maneira se articulam nos diferentes campos que envolvem o processo de ensino e
aprendizagem.
Edgard
Morin (2003) estabelece três dimensões que implicam nas características da
produção do conhecimento: a racionalidade técnica que dá ênfase ao caráter
instrumental da ação pedagógica docente; .a
racionalidade hermenêutica cuja abordagem dar relevo ao
crítico-reflexivo e a racionalidade emancipatória que implica na atuação consciente e na participação do
cidadão para a transformação da realidade. Estas categorias teóricas enfatizam
os processos cognitivos e políticos da construção do conhecimento.
Paulo
Freire (1996) coloca o processo de ensino e aprendizagem como uma construção
consciente onde o sujeito passa de um processo de senso comum para uma consciência histórica onde o conhecimento
mobiliza sua participação para transformação
das condições de vida do pensar, do sentir e do agir como superação da
atividade passiva que ele chama de educação
bancária e uma atuação do sujeito
para um protagonismo do processo de construção de significados históricos,
sociais e culturais.
Dewey
(2007) dar ênfase a ação do sujeito
como construtor do conhecimento,
caracterizado por uma mentalidade aberta para a mudança onde todos os fatores
sociais, cognitivos e psicológicos definem um novo conhecimento.,
Gramsci
(2007) considera que conhecimentos básicos de leitura, escrita, matemática, geografia
e história são fundamentais para que o sujeito perceba o mundo ao seu redor,
mas é preciso provocar a catarse para uma consciência cidadã onde o sujeito se
assuma como um intelectual orgânico, isto é, que participe na organização,
direção e liderança do luta social que vai produzir uma hegemonia cultural,
social e econômica como princípio
essencial da educação do cidadão.
Proposta por Jonathan
Bergmann em parceria com o professor Aaron Sams em 2007 (Colorado –
USA), defende o conceito de sala
de aula invertida –
ou flipped classroom em que o professor
induza ao aprendizado ativo, preparando o estudante para um mundo cada vez mais
complexo e incerto, constituindo-se em uma destas abordagens das
ditas metodologias ativas. Tais terminologias são, ao meu ver, inadequadas. Em
primeiro lugar, porque a classe invertida muda, apenas, a lógica da direção da
atividade de aprendizagem, continuando o sentido da linearidade a que chamamos
de positivismo metodológico. Em
consequência, a crença de que esta lógica se constitui inovação é, no mínimo,
um grande equívoco, visto que muda constantemente de posição do foco de
referência como no movimento de um pêndulo se constituindo numa abordagem
tradicional às avessas. Não é o tempo de domínio do espaço de conhecimento
pelos sujeitos envolvidos no processo de aprendizagem que determina um modelo
tradicional ou um modelo chamado inovador. Não basta inverter a lógica do
processo de ensino e aprendizagem e manter a linearidade do processo de
interação como via de mão única.
Na realidade o modelo dito tradicional e o modelo dito
inovador não são excludentes, ao contrário eles se diluem ou se movimentam de
acordo com a dinâmica do processo de aprendizagem quanto ao tipo de aluno, as
condições materiais de trabalho, o contexto cultural onde a instituição de
ensino / faculdade está inserido, o modelo de formação de professores o grau de
autonomia de decisões da execução curricular em relação aos sistema de ensino e
internamente na instituição ou faculdade. Ambos os modelos chamados
tradicional e inovador há de ser
formatado conforme a área de conhecimento, tipo e nível cultural dos alunos e o
nível do curso. Longe de nós a inocência
de querer substituir o modelo dito tradicional pelo modelo dito inovador isso
seria um positivismo pedagógico.
`Por outro lado, o professor não tem autonomia vezes
intelectual e vezes institucionais para exercer uma prática de acordo com seus conhecimentos, habilidades
e valores, uma vez que sobre ele estão impostos toneladas de regras rígidas de
cada modelo institucional e quando ele o faz é porque a instituição impôs
verticalmente um modelo em voga que
produz uma boa imagem institucional para efeito de marketing.
Infelizmente, as instituições disseminaram um perfil de bom professor como aquele que
domina os conteúdos científicos e metodológicos
para repeti-los em ala de aula de acordo com a proposta determinada pela
instituição ou faculdade.
Então caberia a inocente pergunta: Como o professor
poderá inovar sem que se mude o perfil de gestão dos sistemas de ensino, das
políticas públicas de educação , da gestão institucional e das práticas de coordenação pedagógica?
A proposta que se apresenta neste artigo, supera estas
abordagens de positivismo metodológico
ou pedagógico para um modelo de
autonomia docente com base na interatividade, na construção do conhecimento e
na aplicação crítico-reflexiva, baseada no processo de análise, julgamento e
escolha.
Daí, o processo de indexação pedagógica se amálgama nos
procedimentos de interatividade, através das estruturas de interação e de
representação que se dão em rede a partir dos eixos horizontal e vertical.
Assim, a partir da nossa tese de doutorado, levantamos os
processos de construção de conhecimentos pedagógicos na prática docente e um
dos eixos é a interatividade. Assim, cunhamos a interatividade linear ou
mecânica como aquela que se dá pela verticalidade do professor ou pela
horizontalidade pelo aluno o que apenas pela mudança do titular da ação, aluno
ou professor não se pode classificar como tradicional ou inovador. A
interatividade circular ou orgânica como aquela que privilegia o processo e não
o produto e se dá simultaneamente por diferentes sujeitos e recursos tecnológicos
e a interatividade em rede como aquela que se dá permanentemente e ao meso
tempo com diferentes espaços de construção de conhecimento, diferentes sujeitos
e por diferentes meios ou recursos tecnológicos.
A nossa proposta metodológica se constitui de etapas não
encadeadas, como uma espiral, mas articuladas em rede onde ciclos se repetem e
se reorganizam:
1.
Avaliação diagnóstica e avaliação prognóstica
antes e depois de cada ação e antes de depois de cada etapa
2.
Seleção de materiais, ferramentas pedagógicas
recursos e avaliação permeando todo o processo;
3.
Roteiro de atividade (questões,
situação-problema, projetos, estudo de casos) sobre material selecionado e
disponibilizado.
4.
Construção individual do aluno com apoio
virtual
5.
Síntese da construção individual do aluno,
através de grupos equalizados em sala de aula onde os alunos são numerados na
ordem crescente cardinal de 1, 2, 3, 4, . etc., recebem atividades diferentes
do mesmo assunto (um grupo recebe questões, outro situação problema, outro
roteiro de elaboração de pré-projeto, outro estudo de caso e durante um certo
tempo nivelam as informações construídas individualmente na fase anterior a
sala de aula. Em seguida os grupos são reorganizados a partir da numeração feita
anteriormente. Assim, os novos grupos serão formados, pegando todos os que
receberam número 1, outro grupo com os que receberam número 2, outro com os que
receberam número 3, outro com os que receberam número 4 e assim por diante.
Estes novos grupos ressintetizam os
resultados dos grupos anteriores e sistematizam os resultados a serem
apresentados.
6.
Cada grupo apresenta os resultados
sistematizados com participação de intervenção do professor ao longo e após
cada apresentação
7.
As sínteses de cada grupo são expostas ou
mostradas via quadro de giz, data show, cartaz, vídeo, gráfico ou outro meio
visual onde todas as sínteses são visualizadas num mesmo espaço do recurso
utilizado quando o professor a partir de questionamentos, comparações, caracterização,
análise, síntese e aplicação, contrastação,, exemplificação, relevância insere a fundamentação teórico-científica e
lança novas questões onde leve o aluno a aplicar ou relacionar a fundamentação
por ele inserida na compreensão das sínteses construídas
Nessa etapa, o
professor
8.
Cada grupo
lança questões para o grupo oposto. O professor coordena o debate e faz
a síntese geral e já articula com o tema de estudo seguinte
O processo inovador dessa nossa proposta vai das práticas
docentes de ensino e aprendizagem enfatizando a lógica de trabalhar o acerto para
trabalhar o erro. Vai do caminho prescrito para o caminho construído. amplia a prescrição prévia pela descoberta no
processo. Supera a ênfase em conclusões pela ênfase de novos questionamentos.
Vai além da visão única para visão multifacetada. Acrescenta à concepção
formal/ instrumental a concepção reflexiva ou prático-reflexiva. A nossa abordagem da sala de aula ampliada
não nega o conhecimento anterior, mas sim o reconstrói e o ressignifica em determinado contexto cultural numa
nova perspectiva científica.
A proposta que expomos, aqui, de Sala de aula ampliada supera a chamada sala de aula investida
porque acrescenta ao tempo e espaço físico o tempo e espaço social real e
virtual que se articulam em diferentes redes de interação, construção,
aplicação e novos questionamentos.
Além disso, na proposta que expomos, aqui, traz uma nova
visão de avaliação que substitui a abordagem formal de tempo e espaço para uma
concepção crítico-reflexiva permeando todas as etapas do processo de ensino e
aprendizagem, concomitantemente com a autoavaliação dos sujeitos envolvidos,
inclusive o professor.
O eixo central desta proposta de sala de aula ampliada é a interatividade que classificamos em
linear ou horizontal; circular ou vertical e em rede que representamos abaixo
graficamente.
a)
Interatividade Linear - (Horizontal)- é a
interação da etapa de atividades individuais
realizada entre professor e aluno e caracterizada como horizontalidade
das relações de aprendizagem.
Professor
Aluno
b)
Interatividade circular - é a interação da
etapa de atividades entre alunos de um mesmo grupo de estudo onde com
orientação do professor os alunos trocam informações sobre os resultados
construídos individualmente, sistematizam as informações em uma organização
lógica e elaboram o resultado único do grupo.
2
1
3
6 4
5
c)
Interatividade em rede - é a interação da
etapa de atividades entre alunos de
grupos diferentes que formam um outro
grupo . Consiste em numerar os alunos de um mesmo grupo como : 1, 2, 3, 4, 5, 6 e os novos grupos serão formados por todos os
números 1 dos grupos, outro novo grupo com todos os números 2 , outro com todos
os números 3, outro com todos os números
4, outro com todos os números 5 e assim por diante até concluir a quantidade de
alunos de cada grupo que fora numerados anteriormente.
2
1 3
6 4
5
2
1 3
6 4
5
Assim
os novos grupos serão formados assim:
Grupos dos 1
1
1
1 1
1
1
1
Grupo
dos 2
2 2
2
2
2
2
Grupo dos 3
3
3
3
3
3 3
Grupo dos 4
4
4
4
4
4 4
A Sala de aula ampliada
se articula com fatores sociais, culturais, tecnológicos e humanos e tem como
princípios pedagógicos como a interdisciplinaridade, teoria e prática quanto a
conteúdos, habilidades e valores que se inserem no processo de construção de
saberes que orientam o pensar, o sentir e o agir do profissional, da vida
privada e da atuação ativa do cidadão enquanto participante do processo
histórico de uma determinada sociedade.
Referências
DEWEY, John.
Democracia e Educação. São Paulo:
Platano Editora,2007.
FREIRE, Paulo.
Pedagogia da Autonomia. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
GRAMSCI, Antonio.
Quaderni del Carcere. Torino: Einaudi, 2007.
MORIN, Edgard. Os Sete
saberes Necessário a Educação do Futuro. São Paulo: Cortez, 2003.
0 Comentários:
Postar um comentário
Assinar Postar comentários [Atom]
<< Página inicial