domingo, 10 de agosto de 2025

A INTERAÇÃO DA LINGUAGEM, ESCOLA E CULTURA: PREENCHENDO A LACUNA ENTRE ESCOLA E COMUNIDADE THE INTERACTION OF LANGUAGE, SCHOOL AND CULTURE: BRIDGING THE GAP BETWEEN SCHOOL AND COMMUNITY Alfred Daniel Frederick, Phd em Educação. Docente da State University of New York. (OSWEGO) Recebeu título de Cidadão Piauiense em 14 de março de 2017 pelos relevantes serviços prestados a Educação do Piauí, Assessorou a Reforma Curricular da Educação Básica em 1994. Ministrou cursos na Universidade Estadual do Piauí-UESP e na Universidade Federal do Piauí-UFPI. Docente de Universidades brasileiras no Rio Grande do Sul e no Paraná como professor visitante. Há duas décadas faz pesquisas na África, no Brasil, Nos Estados Unidos e na Europa. Tem várias publicações internacionais. Uma referência mundial no desenvolvimento da Educação Multicultural. Recebeu o mais alto título docente nos Estados Unidos de PROFESSOR DISTINGUIDO. Dr. Alfred faleceu em 2023 com a finalização dessa pesquisa realizada no Brasil e na Africa. José Ribamar Tôrres Rodrigues PhD in Education from USP, Master in Education from PUC / SP, Internship in Teacher Training in the IUFM of DOUAI / France, Former member of the State Board of Education / PI, Coordinator of the State Education Forum, Member of Appraisers Bank MEC / INEP, professor da UFPI, Diretor Acadêmico da Faculdade de Tecnologia de Teresina – CET, Membro do grupo de pesquisa do Dr. Alfred. Autor do livro Educação Além do Asfalto, dezenas de artigos, capítulos de livros publicados. Blog: ribamartorres.blogspot.com.br. Executive Editor of the Journal: Arts, Sciences and Technologies. Note: Alfred fazia esta pesquisa no nordeste do Brasil, no Estado do Piauí, quando veio a falecer. Nós fazíamos parte do seu grupo de pesquisa e me coube analisar os resultados de sua pesquisa no estado do Piauí (Brasil). É este texto de análise que transformei em artigo que ora publico em homenagem a sua memória. Alfred deixou seu legado de pesquisas e como referência mundial da teoria do multiculturalismo. A mesma pesquisa foi feita no Estado do Rio Grande do Sul (Brasil) e em Benin na África. Ele estava preparando a publicação de livro sobre os resultados de suas pesquisas quando faleceu. Alfred Daniel Frederick, Phd em Educação. Docente da State University of New York. Alfred was conducting this research in northeastern Brazil, in the state of Piauí, when he passed away. We were part of his research group, and I was tasked with analyzing the results of his research in the state of Piauí (Brazil). It is this analytical text that I transformed into the article I am now publishing in honor of his memory. Alfred left a legacy of research and a global reference in the theory of multiculturalism. The same research was conducted in the state of Rio Grande do Sul (Brazil) and in Benin, Africa. He was preparing to publish a book about the results of his research when he passed away. Resumo Trata-se de análise de aspectos educacionais de Pesquisa realizada no Brasil e na África (Senegal) pelo Doutor Alfred Daniel Frederick da Universidade Estadual de New York (OSWEGO-USA) entre 2020—22 sobre o tema da Interação da Linguagem, escola e Comunidade: preenchendo a lacuna entre Escola e Comunidade. A convite do Dr. Alfred, elaborei a análise qualitativa dos dados de Pesquisa a partir da análise estatística realizada por outro profissional. Para análise qualitativa e interpretação dos dados dessa pesquisa na rede escolar da área do semiárido do Estado do Piauí, Nordeste do Brasil, abordam-se questões como: Ambiente Escolar, Liderança, atuação do professor, desenvolvimento Curricular, Monitoramento e Avaliação, conteúdos da curriculares e nível de aprendizagem do Estudante, desenvolvimento do corpo docente e a participação dos pais. No momento que estava tudo pronto para publicação do livro com os resultados da Pesquisa feita em três continentes, o Doutor Alfred Daniel Frederick nos deixou, restando todo o material de anos de trabalho sem publicação. Desse modo, elaborei este artigo para registrar estes resultados no que se refere ao Estado do Piauí. Abstract This is an analysis of educational aspects of research carried out in Brazil and Africa (Senegal) by Dr. Alfred Daniel Frederick from the State University of New York (OSWEGO-USA) between 2020-22 on the theme of Language, School and Community Interaction: Bridging the Gap between School and Community. At Dr. Alfred's invitation, I prepared the qualitative analysis of the research data based on the statistical analysis carried out by another professional. For the qualitative analysis and interpretation of the data from this research in the school network of the semiarid area of the State of Piauí, Northeast of Brazil, issues such as: School Environment, Leadership, Teacher Performance, Curricular Development, Monitoring and Evaluation, Curricular Content and Student Learning Level, Faculty Development and Parental Involvement are addressed. At the time when everything was ready for the publication of the book with the results of the Research carried out on three continents, Dr. Alfred Daniel Frederick left us, leaving all the material from years of work unpublished. Therefore, I wrote this article to record these results in relation to the State of Piauí. Resumè Il s'agit d'une analyse des aspects éducatifs de la recherche menée au Brésil et en Afrique (Sénégal) par le docteur Alfred Daniel Frederick de l'Université d'État de New York (OSWEGO-USA) entre 2020 et 2022 sur le thème de l'interaction de la langue, de l'école et de la communauté : combler le fossé entre l'école et la communauté. À l'invitation du Dr Alfred, j'ai préparé l'analyse qualitative des données de recherche en me basant sur l'analyse statistique réalisée par un autre professionnel. Pour l'analyse qualitative et l'interprétation des données de cette recherche dans le réseau scolaire de la zone semi-aride de l'État de Piauí, au nord-est du Brésil, des questions telles que : l'environnement scolaire, le leadership, la performance des enseignants, l'élaboration du programme, le suivi et l'évaluation, le contenu du programme et le niveau d'apprentissage des élèves, le développement du personnel enseignant et la participation des parents sont abordés. Au moment où tout était prêt pour publier le livre avec les résultats de recherches menées sur trois continents, le Docteur Alfred Daniel Frederick nous a quitté, laissant sans publication tout le matériel d'années de travail. C’est pourquoi j’ai préparé cet article pour enregistrer ces résultats concernant l’État du Piauí. Resumen Se trata de un análisis de los aspectos educativos de la Investigación realizada en Brasil y África (Senegal) por el Doctor Alfred Daniel Frederick de la Universidad Estatal de Nueva York (OSWEGO-USA) entre 2020 y 2022 sobre el tema Interacción Lengua, Escuela y Comunidad: acortando la brecha entre Escuela y Comunidad. Por invitación del Dr. Alfred, preparé el análisis cualitativo de los datos de la investigación con base en el análisis estadístico realizado por otro profesional. Para el análisis cualitativo y la interpretación de los datos de esta investigación en la red escolar de la zona semiárida del Estado de Piauí, Nordeste de Brasil, se abordan temas como: Ambiente Escolar, Liderazgo, desempeño docente, Desarrollo curricular, Monitoreo y Evaluación, contenidos curriculares y nivel de aprendizaje de los estudiantes, desarrollo del personal docente y participación de los padres. En el momento que todo estaba listo para publicar el libro con los resultados de las Investigaciones realizadas en tres continentes, el Doctor Alfred Daniel Frederick nos dejó, dejando todo el material de años de trabajo sin publicar. Por eso, preparé este artículo para registrar estos resultados con respecto al Estado de Piauí. Sommario Si tratta di un'analisi degli aspetti educativi della ricerca condotta in Brasile e Africa (Senegal) dal dottor Alfred Daniel Frederick dell'Università statale di New York (OSWEGO-USA) tra il 2020 e il 2022 sul tema dell'interazione tra lingua, scuola e comunità: colmare il divario tra scuola e comunità. Su invito del Dr. Alfred, ho preparato l'analisi qualitativa dei dati della ricerca sulla base dell'analisi statistica effettuata da un altro professionista. Per l'analisi qualitativa e l'interpretazione dei dati di questa ricerca nella rete scolastica nell'area semi-arida dello Stato di Piauí, nel nord-est del Brasile, vengono affrontate questioni quali: ambiente scolastico, leadership, rendimento degli insegnanti, sviluppo del curriculum, monitoraggio e valutazione, contenuto del curriculum e livello di apprendimento degli studenti, sviluppo del personale docente e partecipazione dei genitori. Nel momento in cui tutto era pronto per pubblicare il libro con i risultati delle ricerche effettuate in tre continenti, il dottor Alfred Daniel Frederick ci ha lasciato, lasciando tutto il materiale di anni di lavoro senza pubblicazione. Pertanto, ho preparato questo articolo per registrare questi risultati per quanto riguarda lo Stato del Piauí. Zusammenfassung Dies ist eine Analyse pädagogischer Aspekte der Forschung, die Doktor Alfred Daniel Frederick von der State University of New York (OSWEGO-USA) zwischen 2020 und 2022 in Brasilien und Afrika (Senegal) zum Thema Interaktion von Sprache, Schule und Gemeinschaft durchgeführt hat: Überbrückung der Kluft zwischen Schule und Gemeinschaft. Auf Einladung von Dr. Alfred habe ich die qualitative Analyse der Forschungsdaten auf der Grundlage der statistischen Analyse eines anderen Fachmanns erstellt. Für die qualitative Analyse und Interpretation der Daten aus dieser Forschung im Schulnetzwerk im halbtrockenen Gebiet des Bundesstaates Piauí im Nordosten Brasiliens werden Themen wie Schulumfeld, Führung, Lehrerleistung, Lehrplanentwicklung, Überwachung und Bewertung, Lehrplaninhalte und Lernniveau der Schüler, Entwicklung des Lehrpersonals und Beteiligung der Eltern behandelt. In dem Moment, als alles bereit war, das Buch mit den Ergebnissen der auf drei Kontinenten durchgeführten Forschungen zu veröffentlichen, verließ uns Doktor Alfred Daniel Frederick und hinterließ das gesamte Material jahrelanger Arbeit ohne Veröffentlichung. Deshalb habe ich diesen Artikel vorbereitet, um diese Ergebnisse im Hinblick auf den Bundesstaat Piauí festzuhalten. Резюме Это анализ образовательных аспектов исследования, проведенного в Бразилии и Африке (Сенегал) доктором Альфредом Дэниелом Фредериком из Государственного университета Нью-Йорка (OSWEGO-США) в период с 2020 по 22 год по теме «Взаимодействие языка, школы и сообщества: преодоление разрыва между школой и сообществом». По приглашению доктора Альфреда я подготовил качественный анализ данных исследования на основе статистического анализа, проведенного другим специалистом. Для качественного анализа и интерпретации данных этого исследования в сети школ в полузасушливой зоне штата Пиауи, на северо-востоке Бразилии, рассматриваются такие вопросы, как школьная среда, лидерство, успеваемость учителей, разработка учебной программы, мониторинг и оценка, содержание учебной программы и уровень обучения учащихся, развитие преподавательского состава и участие родителей. В тот момент, когда все было готово к изданию книги с результатами исследований, проведенных на трех континентах, доктор Альфред Дэниел Фредерик покинул нас, оставив без публикации весь материал многолетней работы. Поэтому я подготовил эту статью, чтобы зафиксировать эти результаты в отношении штата Пиауи. Eto analiz obrazovatel'nykh aspektov issledovaniya, provedennogo v Brazilii i Afrike (Senegal) doktorom Al'fredom Deniyelom Frederikom iz Gosudarstvennogo universiteta N'yu-Yorka (OSWEGO-SSHA) v period s 2020 po 22 god po teme «Vzaimodeystviye yazyka, shkoly i soobshchestva: preodoleniye razryva mezhdu shkoloy i soobshchestvom». Po priglasheniyu doktora Al'freda ya podgotovil kachestvennyy analiz dannykh issledovaniya na osnove statisticheskogo analiza, provedennogo drugim spetsialistom. Dlya kachestvennogo analiza i interpretatsii dannykh etogo issledovaniya v seti shkol v poluzasushlivoy zone shtata Piaui, na severo-vostoke Brazilii, rassmatrivayutsya takiye voprosy, kak shkol'naya sreda, liderstvo, uspevayemost' uchiteley, razrabotka uchebnoy programmy, monitoring i otsenka, soderzhaniye uchebnoy programmy i uroven' obucheniya uchashchikhsya, razvitiye prepodavatel'skogo sostava i uchastiye roditeley. V tot moment, kogda vse bylo gotovo k izdaniyu knigi s rezul'tatami issledovaniy, provedennykh na trekh kontinentakh, doktor Al'fred Deniyel Frederik pokinul nas, ostaviv bez publikatsii ves' material mnogoletney raboty. Poetomu ya podgotovil etu stat'yu, chtoby zafiksirovat' eti rezul'taty v otnoshenii shtata Piaui. As análises contidas neste documento abrangem os dados das 8 (oito) dimensões propostas no Relatório de Análise Estatística deram-se a partir de algumas variáveis escolhidas dentre aquelas que caberiam ênfase em relação a realidade do semiárido e, principalmente, do Estado do Piauí em relação às características de riscos culturais, econômicas e sociais. É importante observar que muito das análises, aqui, expostas embora estejam em uma dimensão específica, fazem interfaces com outras dimensões o que justifica não terrem sido elaboradas considerações nas dimensões 6, 7 e 8 que já estão contempladas em dimensões anteriores. Por outro lado, os dados resultantes das questões de diferentes dimensões, também, se cruzam, legitimando a coerência das análises no conjunto em superação a análises isoladas no campo fechado de questões de uma mesma dimensão. Este fato é positivo uma vez que os significados dos dados se dão numa abordagem de totalidade o que favorece maior compreensão do fenômeno estudado e ampliam seus significados individuais e dos seus resultados. Os percentuais das tabelas e quadros revelam a coerência interna de questões e externas de diferentes dimensões pesquisadas. É importante notar que os maiores percentuais registrados da média de respostas dos sujeitos da pesquisa se concentram ou se redistribuem entre as alternativas “ “Às vezes”; “Frequentemente” e “quase sempre”, mantendo equilíbrio em sua maioria o que pode revelar que há diferentes situações entre escolas quanto as variáveis pesquisadas, apontando que não se estabelece um padrão dentro do mesmo referente empírico, sejam entre as escolas urbanas ou entre escolas rurais das redes públicas municipais e estaduais. Há de se ressaltar que essas diferenças podem ser resultantes de características históricas, sociais, econômicas, culturais, religiosas, tecnológicas, familiares e relacionais que presidem e dão significados a essas variáveis de pesquisa em diferentes situações e regiões e que não podem ser relegadas a segundo plano da análise dos dados coletados. Das dimensões de pesquisa, elaboramos comentários que contemplam diferentes dimensões embora estejam vinculadas a diferentes contextos e a diferentes situações desse contexto. O significado quantitativo do dado, em si, pouco impacto tem se não remetido ao contexto que o gera, o reproduz e o consolida na cultura local, tais como: Ambiente Escolar, Liderança, atuação do professor, desenvolvimento Curricular, Monitoramento e Avaliação, conteúdos da curriculares e nível de aprendizagem do Estudante, desenvolvimento do corpo docente e a participação dos pais Para a dimensão: Ambiente Escolar A questão da pesquisa buscava informações de como os professores e os estudantes sentem-se livres para falar com a Direção da Escola. Grande parte de alunos, professores, funcionários e gestores já têm um vínculo anterior de conhecimento pessoal por serem da comunidade ou região. Além disso, a maioria de alunos já vêm de uma sequência de anos na mesma escola o que fortalece os vínculos de relações sociais fora da escola, facilitando ou, por vezes, dificultando relações que se reproduzem dentro da escola. Tais vínculos anteriores ao ambiente escolar determinam um nível de relação pessoal com mais ênfase em escolas rurais onde os fatores familiares e de amizade se sobrepõem a regras institucionais. Isso, favorece ao mesmo tempo situações que facilitam a gestão ou é possível que, esporadicamente, produzem conflitos mais oriundos das relações comunitárias que se potencializam no ambiente escolar que gerados da própria escola. Em Escolas urbanas, há prevalência da norma legal onde se enfatiza, para efeito de tomada de decisão, vínculos legais e profissionais que de vínculos familiares, de amizade uma vez que estes vínculos na zona urbana são mais difusos que nas comunidades rurais cujos interesses se manifestam no campo individual onde vínculos de base afetiva se fortalecem e se tornam referências nas relações sociais. Os dados sobre se a Escola tem uma ênfase acadêmica e acredita que todas as crianças podem aprender alcançar as metas educacionais da escola mostram que escolas de zona rural atendem uma clientela culturalmente de valores mais homogênea por já terem na comunidade vínculos afetivos, familiares ou de amizade o que não ocorre no mesmo nível em escolas urbanas onde a cultura individual prevalece em função de mudança de valores afetivos substituídos por valores de realização pessoal e profissional. Nesse sentido, a partir da implantação do Programa de Avaliação Escolar do Exame Nacional do Ensino Médio há maior preocupação em destaque da nota dos alunos em avaliações realizadas pelo Ministério da Educação que após publicação formam uma imagem positiva ou negativa para a escola junto a comunidade. O que confirma ou nega a imagem profissional e social do gestor e dos professores. Este fato tem deslocado vínculos afetivos para preocupações burocráticas para responder exigências de resultados de aprendizagem. Quanto a saber se os estudantes são respeitados independentemente de seu nível de desempenho, é preciso mergulhar na rede de relações dentro e fora da escola para compreender não somente como esses vínculos se formam, mas sobretudo qual a influência de traços culturais que determinam atitudes e resultados do processo de aprendizagem escolar. Há um traço cultural, principalmente, nas áreas rurais, onde nas escolas ocorrem uma “dramaturgia” de representações nas relações sociais que se reproduzem nas relações escolares onde alunos, professores e gestores, implicitamente, deixam transparecer condutas de maior ou menor atenção e respeito de acordos com os vínculos de origem familiar ou sociais que superam o senso de normas institucionais. Nesse sentido, as atitudes de apoio e respeito são mais evidentes com alunos que se destacam em termos de rendimento escolar, reproduzindo uma cultura social de valorização do sucesso aparente de uma nota de avaliações de aprendizagem e menos de atenção a atitudes motivadoras e de apoio que não alcançam resultados positivos como se dissessem aos alunos que o fracasso é culpa deles e não da escola como parte responsável juntamente com a família pelo sucesso de aprendizagem dos alunos não , apenas, nos conteúdos, mas também para a sua formação para a cidadania. A omissão da ação da escola e da família determinam, em parte, os fatores negativos que concorrem para o sucesso ou fracasso doa aluno, implicando na formação de uma autoimagem de incapaz e, em extensão, de uma imagem estereotipada junto a gestor e professores com reflexos na comunidade. Dai, se explica, em grande parte, o fenômeno da evasão escolar no Piauí, reforçada pela crença de que o nível de conhecimento escolar oferecido na formação integral do aluno não atende as necessidades que o aluno precisa para atuar domo profissional e pessoa no lugar onde vive. A escola, gestão participativa e técnicas de solução de problemas. As respostas dos sujeitos da pesquisa quanto à gestão participativa da escola revelam que tal variável não é, na prática em geral institucionalizada pela escola pública muito embora existam, em parte delas, mecanismos que possibilitam processos participativos. No entanto estas normas são impostas, verticalmente, pelos sistemas de ensino público à escola e não gerados a partir da discussão interna da escola o que se torna um simulacro de participação, apenas, aparente para cumprir uma norma. Isso, implica que, considerando-se na rede escolar total a gestão participativa não é considerada tão importante ou significativa para o alcance de resultados, onde os conselhos existentes servem de um aparato de faixada para atender um discurso oficial circulante de democracia. Nesse aspecto, esses conselhos são, no máximo, instâncias consultivas sem poder de definir ou influenciar no modelo centralizado e hierarquizado de gestão. Disso decorre que os processos de escolhas de gestores em escolas públicas nem sempre é por mérito e mais por escolhas via eleição direta da comunidade escolar ou por indicação pelo critério político partidário como mecanismo de prestigiar ou recompensar apoios de grupos e famílias nas eleições civis. Escola, instalações físicas atraentes, seguras, limpas e com local de trabalho adequado Dados coletados pela pesquisa mostram a necessidade de universalizar a padronização de instalações do ambiente escolar desde a entrada. Não só a estrutura física, mas também a estrutura humana onde professores técnicos, gestores e colaboradores apoiem os alunos e pais na oferta de condições de aprendizagem dos alunos o que ocorre em pouquíssimas escolas públicas. Este desnivelamento de padrão de instalações, equipamentos, mecanismos de apoio ao aluno e participação de pais nos espação de decisão da escola tem influência direta no nível de aprendizagem dos alunos e inviabiliza a implantação de projetos de aprendizagem inovadores uma vez que grande parte das escolas tem condições de atender às exigências físicas (refeitório, quadras esportivas, área de lazer, cozinha, sala de reunião, auditório); instalações sanitárias adequadas; pedagógicas (biblioteca, laboratório, e espaços culturais). Isso determina diferentes níveis de avaliação de resultados de aprendizagem de escolas públicas. Além disso, o sistema de avaliação nacional de ensino gerou uma classificação de níveis de escola ou hanking que reflete numa classificação não só de resultados de aprendizagem, mas, principalmente, uma imagem estereotipada de escola, gestor, professores bons ou ruins diante de representações que a comunidade tem da escola. Isso, faz crer no imaginário comunitário que as condições físicas, pedagógicas, humanas e sociais do ambiente escolar sejam resultado das carências econômicas da comunidade e não da má gestão do poder público em relação ao compromisso com o planejamento, execução, acompanhamento e avaliação de políticas públicas de educação. Escola e motivação dos estudantes A partir dos dados referentes à motivação do aluno pela escola pode-se inferir com base no conhecimento da dinâmica de funcionamento da escola e de uma cultura de relações sociais que se reproduz na escola é que as ações de motivação do aluno constituem, ainda, um fato não institucionalizado e, por vezes, um traço estranho à cultura escolar, ocorrendo menos por ação planejada e mais por voluntarismo de alguns gestores e professores. Isso é, também, decorrente pela pouca participação da família na vida escolar. Tanto a escola como a família enfatizam o desenvolvimento do aspecto cognitivo onde o cumprimento do conteúdo de ensino e as respostas avaliativas dos alunos são mais valorizados. É preciso que a família se sinta responsável pela aprendizagem dos alunos, via de regra, oriundos de famílias de situação de risco social e com poucos anos de escolaridade o que reforça, inconscientemente, o pouco significado que tem da escola como locus de elevação das condições sociais da comunidade. Relações entre Professores e estudantes Em geral, estudantes e professores têm boas relações e o professor, ainda, mantém uma importância social na comunidade. No entanto, vem crescendo atos de indisciplina do estudante o que favorece um maior índice de conflitos. Verifica-se que, na realidade, grande parte dos conflitos nas relações sociais dos atores escolares, especialmente entre professores e estudantes constitui-se num reflexo de relações familiares que se reproduzem não ambiente da escola e potencializam um ambiente desfavorável de aprendizagem. O nível de tratamento entre professor e estudantes se balizam menos por normas institucionalizadas e mais por processos consuetudinários ou posição social (status) destes e de seus familiares. Escola, gestão, liderança e melhoria do ambiente de trabalho Diretores de escola pública municipal ou estadual, urbana ou rural exercem uma liderança mais em consequência normativa da função que como resultado das relações da dinâmica profissionais de gestão. Em geral, há uma relativa liderança do gestor escolar público legitimada pelo processo de seleção para a função. Nas redes municipais, os gestores, via de regra, são indicador pelo executivo a partir de solicitações de grupos políticos que o apoiam ou de pessoas que exercem influência nesses grupos que fazem parte do poder político, isso porque a função de gestor escolar faz parte do conjunto de funções chamadas de confiança em que as nomeações são de livre escolha do poder executivo. Na rede estadual, se observa um processo de seleção hibrida de gestor escolar onde parte é indicado e parte é resultante de eleição direta dos segmentos funcionais da escola ou, ainda, pela soma de pontuação da eleição direta da escola mais o resultado de capacitação daqueles que foram eleitos, Dai, se estabelece um resultado numérico de pontos, formando uma lista classificatória final da qual serão nomeados na sequência da classificação alcançada. Ocorre que em ambos os processos de seleção de gestores ou suas variações de procedimentos de seleção ocorrem vícios análogos aos que acontecem no processo eleitoral civil como troca de favores ou distribuição de benefícios ou promessas de vantagens aos eleitores escolares que servem de moeda de troca do voto. O processo de seleção de gestor escolar, via eleição direta pelos segmentos escolares, teve início, na rede estadual, na década de 90 por influência do movimento de redemocratização do país, influenciando na implantação do Projeto de seleção de gestores escolares em substituição ao critério de indicação político-partidário de décadas anteriores. No entanto, o gestor escolar selecionado, seja pelo critério de eleição direta, seja pelo critério de indicação do poder executivo ou do Secretário por deleção do primeiro reduz o espação de construção de uma liderança na escola e referendada pela comunidade, visto que o gestor passa a dar satisfação de sua atuação a quem o indicou ou o grupo que o elegeu. Seja um ou outro procedimento de seleção, detalhado acima, a gestão participativa e democrática da escola fica comprometida uma vez que se dá uma gestão verticalizada e não coletiva, favorecendo uma gestão centralizada o que não se coaduna com um discurso de gestão participativa e democrática, dado que não influenciam no processo de tomada de decisão. Os dados da pesquisa, nesse aspecto, que em mais da metade dos respondentes escolhem a alternativa “frequentemente”, no entanto, isso carece de uma análise histórico-contextual para se chegar a um nível de compreensão o mais próximo possível da realidade de atuação do gestor muitas vezes mascarada pelo que consta nos documentos e nos discursos sobre a escola. Uma alternativa para favorecer um ambiente escolar de gestão democrática seria a autonomia de Conselhos Escolares, representado por todos os segmentos, inclusive da comunidade em que o gestor seria, apenas, um membro em que a gestão da escola fosse assumida por este colegiado como mecanismo de legitimação de uma gestão participativa e democrática. Aliado a isso, a função do gestor escolar deve ser introduzida no plano de carreira onde o critério para atingir a classe de gestor o servidor passaria pelas funções de professor, supervisor, coordenador e por fim, gestor escolar como último nível da carreira do magistério, considerando-se que a função de gestor escolar é, também, uma função docente. Escola, sistema de valores e normas e compartilhamento . A escola pública, via de regra, não pratica uma proposta pedagógica que pratique, explicitamente, valores humanísticos para a formação do cidadão, nem tão pouco a preocupação com o desenvolvimento de habilidades gerais e específicas, necessárias à convivência em uma sociedade democrática. Por outro lado, as normas de conduta são amplamente enfatizadas e rigorosamente cumpridas para o controle disciplinar de alunos e professores para manter uma aparência, em detrimento da formação de uma cultura para educar para liberdade e promover a capacidade de crítica, julgamento e escolha. Escola, professores e motivação Os dados coletados pela pesquisa indicam que, apenas, um pouco mais da metade optou pela alternativa “frequentemente”. Há de se ressaltar que somente a partir da implantação da Lei do Pìso Salarial do magistério de ensino básico no BRASIL Lei nº 11.738 de 16 de julho de 2008 provocou uma pequena mudança nos critérios salariais e de carreira. No entanto, se estar longe, ainda, de se pensar uma educação padrão de qualidade para todos. É um equívoco se pensar que a política de piso salarial resolva os graves problemas da escola pública brasileira. A motivação de professores e gestores é consequência muito mais de uma visão romântica do exercício do magistério dos valores culturais de solidariedade, de compromisso, do amor à profissão, da responsabilidade social que da visão profissional e dos resultados de seu trabalho para sua própria sobrevivência, qualidade de vida, realização profissional e econômica. Se se vincular a a motivação de professores a fatores salariais, de carreira, condições de trabalho, valorização social, dentre outros, observar-se-ão que eles não teriam nenhum motivo para serem tão dedicados, uma vez que trabalham, via de regra, nas redes públicas em condições pouco satisfatórias onde precariedades limitam não só o exercício profissional como a própria sobrevivência. Desenvolvimento Curricular E, geral, sobre se objetivos e conteúdos curriculares são revisados, avaliados e atualizados, sistematicamente, com decisões influenciadas pelos professores, é preciso ressaltar que a execução da proposta curricular, na escola pública segue orientações da Secretaria de Educação. No entanto, a visão curricular se restringe ao conteúdo das disciplinas, via de regra, adotam metodologia desvinculada do contexto da cultura universal e local, dando ênfase ao desenvolvimento cognitivo que treina o aluno para repetição, tal qual estão nos livros ou tal qual foi ensinado para responder questões de avaliação da aprendizagem. Muito poucos professores adotam procedimentos que desafiem o aluno a construir novos conhecimentos a partir de determinados conteúdos previstos na proposta curricular verticalizada. A desvinculação, desses conteúdos, do contexto cultural que lhes dão significados e de outros meios do processo social, dentre os quais os recursos tecnológicos não só limita a aprendizagem dos alunos como transforma o ato de aprender em um procedimento burocrático e contraditório com as experiências de vida fora da escola. Isso implica uma indução dos alunos a repetir ou reproduzir conhecimentos passivamente, sem qualquer consciência crítica que possa leva-los a uma nova aprendizagem sistematizada por eles próprios como fruto da descoberta. Os professores, em geral e na grande maioria se transformam em reprodutores de conteúdos cujo processo é assimilado pelos alunos no percurso de sua aprendizagem diacrônica, desfavorecendo a construção lógica do pensamento crítico. Nesse sentido, o professor tem pouca participação e influência em ações de avaliação, revisão ou modificação de conteúdos e metodologias rotineiramente predeterminados verticalmente pelos documentos oficiais, pelos técnicos que monitoram a prática pedagógica de professores com ênfase no controle burocrático que alimenta as estatísticas escolares de sucesso ou fracasso e ocultam as relações tácitas do processo de aprendizagem dos alunos. As atividades de capacitação de professores, com raras exceções, enfatizam habilidades de construção de procedimentos pedagógicos ou de socialização de experiências positivas entre os docentes e centrando do treinamento de ações que o professor deve inserir no seu plano de aula e repeti-los em sala de aula. Dai, a rede de orientações pedagógicas verticalizadas que aprisiona a liberdade elaboração e criação do professor para atuar na solução dos problemas de aprendizagem para, apenas, cumprir ordens que ignoram o contexto de vida e cultura de professores e alunos. Articulação entre as séries e domínio de professores do que irão ensinar a cada aula. A articulação de conteúdos entre séries com objetivos exigidos pela legislação e pelo órgão educacional como garantia de cumprimento do planejamento de aula do professor limita sua capacidade de inovar sua prática. O planejamento de aula enquanto procedimento burocrático e visto pela análise documental ocorre articulado conforme previsto, no entanto na rede pública, a maioria das escolas são carentes de um processo contínuo e sistemático de acompanhamento e de capacitação, comprometendo a efetividade e o avanço da qualidade do trabalho escolar e da aprendizagem dos alunos. Além disso, não se observa, em geral a participação do gestor escolar na trajetória de ações de planejamento, acompanhamento e avaliação. As capacitações dão pouco ou quase nenhum resultado em razão da verticalidade de decisão sobre o que o professor deve se aprimorar, mesmo porque, via de regra, as temáticas de capacitação não são extraídas dos resultados do acompanhamento do trabalho pedagógico. Geralmente, enfatizam o treinamento do professor para repetir procedimentos defendidos por teorias pedagógicas em voga ou das novidades trazidas por publicações da área que, muitas vezes, se tornam modismos assumidos por sistemas de ensino e por órgãos de educação sem qualquer análise e crítica. Daí, se infere a pouca importância do planejamento ou do projeto político-pedagógico escolar que embora existente para comprovante de controle do órgão gestor do sistema de ensino ou do aparato técnico-pedagógico escolar, passa desapercebido pelos profissionais da escola e do próprio sistema gestor. A descontinuidade de planejamento, supervisão e avaliação da execução da proposta curricular da escola, aliada ao desconhecimento ou pouca importância desses mecanismos de controle o trabalho de busca de resultados de aprendizagem dos alunos gera um vazio de coordenação de execução de atividades de currículo escolar, provocando um ativismo pedagógico onde cada escola passa a tomar decisões ou adota um procedimento de omissão o que favorece a desarticulação entre a sequência de ensino entre os diversos níveis ou séries, criando um fosso entre duas realidades: a real e a prevista, legalmente, nas normas, orientações pedagógicas e nas políticas públicas de educação. Monitoramento e Avaliação Corpo docente e metas escolares A dimensão de monitoramento e avaliação contém variáveis como: comprometimento do professor com metas, articulação de avaliação com objetivos, conteúdos e habilidades, diferentes tipos de avaliação e seus resultados, comunicação aos pais, análise de resultados da avaliação como melhoria de adequação do instrumento e de tomada de decisão pedagógica, nível de participação dos pais no processo, dente outros. A avaliação na rede pública de ensino, em geral, apresenta uma variedade metodológica na elaboração e nos procedimentos adotados para buscar nos resultados execução de ações que vão além do objetivo de medida de aprendizagem, enfatizando o cumprimento burocrático de registro no Diário de Classe e segregar alunos de sucesso e de fracasso. Os dados da pesquisa, nessa dimensão, dão destaque para respostas na alternativa “às vezes” o que pode refletir a pouca importância do planejamento enquanto instrumento de execução, direcionada para resultados quantitativos positivos para a gestão e o ensino. Não se observa um nível de articulação ou coerência entre avaliação e objetivos, conteúdos e participação dos pais, seja na avaliação da aprendizagem, seja na avaliação da escola em relação às políticas públicas de educação. A avaliação perde, em grande parte, sua função de produtora de indicadores de avaliação do nível de aprendizagem, de gestão para tomada de decisão e de favorecer a efetividade de geração de subsídios para o planejamento pedagógico e da gestão escolar. Em consequência dessa ênfase burocrática, a avaliação serve mais para medir resultados de produto e menos para diagnóstico de aprendizagem. A mesma tendência pedagógica de enfatizar mecanismos de reprodução presente na capacitação de professores, através de treinamentos de modelos a serem aplicados em sala de aula, na prática de sala de aula, o aluno é treinado para dar respostas pré-estabelecidas em gabarito dos conteúdos trabalhados pelo professor. Desse modo, treina os alunos para repetir respostas únicas e não para desenvolver a capacidade de compreensão, análise, crítica e síntese que integram a dinâmica da construção de conhecimentos. Isso se revela pela adoção de modelos de avaliação solicitadas ao professor pela escola. Um fator determinante de avaliações com base em modelos únicos, refletem um “positivismo pedagógico” característicos de modelos de capacitação do professor. Outro fator importante é que avaliações em modelos únicos limitam que os alunos podem demonstrar de aprendizagem por não se adequar a todas as características e modos de aprender de alunos e nem aos seus perfis psicológicos, culturais e individuais, negando essas diferenças e a sua capacidade de produzir diferentes respostas válidas para as mesmas questões. Desse modo, o seu fracasso é atribuído somente ao aluno e não também a escola que tenta cada vez mais padronizar os indivíduos e suas construções de conhecimento o que fere a autoimagem do aluno e determina, muitas vezes, sua exclusão não somente do processo de aprendizagem, mas também, soma-se a outros fatores determinantes de exclusão social. Participação dos Pais Avaliação contínua da escola e eficácia da participação dos pais A avaliação sistemática da participação dos pais na escola pública do Estado do Piauí, de acordo com os dados da pesquisa, pulveriza respostas entre as alternativas “às vezes”, “frequentemente” e “quase sempre” com percentuais equilibrados sem uma ênfase significativa de uma das alternativas de resposta sobre este tema. Na verdade, as escolas públicas não tem a participação dos pais como uma ação sistemática e as vezes que ocorre são para resolver problemas de indisciplina dos alunos ou por baixo rendimento de aprendizagem. Na rotina de funcionamento da escola, a participação dos pais não é uma prática da cultura escolar e algumas ações esporádicas que acontecem na escola são de iniciativa própria de alguns gestores e não de uma meta do planejamento escolar ou do órgão central de educação. Nível de participação dos pais e ambiente de aprendizagem eficiente em casa. Os estudantes da escolas públicas do Piauí, especialmente da zona rural, não dispõem de meios em casa que favoreçam uma maior eficiência na aprendizagem escolar, decorrente de vários fatores, dentre os de maior relevância estão os fatores sociais e econômicos como: o baixo nível de escolaridade dos pais e familiares, a crença de que isso é responsabilidade do professor e da escola, por falta de condições físicas da escola sem espaço físico adequado, a falta de biblioteca, de apoio de reforço escolar. Os dados da pesquisa comprovam a situação de risco social de mais de 70% das famílias quando as respostas concentram entre “raramente” e às vezes” totalizam um percentual de 71,1% .É comum os pais pagarem pessoas da comunidade ou algum parente com maior nível escolar para ensinarem as tarefas dos filhos em casa. A escola e canais de comunicação com os pais. No sistema escolar público do Piauí, a comunicação da escola com os pais se faz, via de regra, em reuniões ou em conversas pessoais. O meio escrito, principalmente, o bilhete, ainda, é o meio mais utilizado. Os dados registrados pela pesquisa indicam que a relação de comunicação das escolas com as famílias dos alunos não é uma prática efetiva decorrente de uma ação intencional e planejada, ocorrendo, quase sempre, de modo informal. É preciso avançar esse processo de comunicação tão importante para o acompanhamento da aprendizagem dos alunos que se encontra negligenciada na gestão escolar e, para isso, há necessidade do corpo técnico-pedagógico e gestor escolares planejarem no projeto político-pedagógico escolar e implantarem ações efetivas para alcance de melhores resultados que não somente cognitivos. Paralelo a isso, é preciso um processo de capacitação de gestores (administrativo, pedagógico e financeiro), professores e técnico-administrativos. Comprometimento dos pais com os objetivos e expectativas dos filhos e da escola A dificuldade de participação dos pais na escola pública do Piauí não é uma cultura da tradição do sistema escolar. Os dados da pesquisa indicam que mais da metade dos sujeitos da pesquisa (52.6%) dos respondentes optaram pela alternativa “às vezes” e a opção “raramente” (10.5%) o que totaliza 63.1%. Isso revela o quão a participação de pais e suas relações com a escola estão fragilizadas e na maioria das escolas inexistentes. A cultura escolar, embora tenha previsão de planejamento no Projeto Político-Pedagógico escolar, não consegue pôr em prática ações que lá são indicadas. Há de se ressaltar que este documento de planejamento escolar é elaborado por exigência do órgão central de gestão educacional que envia modelos-padrão de fichas para serem preenchidos. Este processo de planejamento vertical impõe a escola uma prática que a maioria deles desconhecem e para cumprirem essa exigência ocorrem reprodução de projetos político-pedagógicos de outras instituições com propostas que não coerentes com a realidade cultural da escola e da comunidade. Há razoável participação de pais e comunidade quando por ocasião de atividades festivas. Infere-se que esta ausência de pais e comunidade das atividades de ensino das escolas deva-se ao fato de que a história de participação de pais na escola ocorra em situações de conflito ou indisciplina ou, ainda, por baixo rendimento de aprendizagem. A participação de pais no processo escolar de filhos é uma lacuna histórica na escola pública do Piauí. Resultados, possíveis aplicabilidades e perspectivas mudança A análise estatística produz indicadores que podem subsidiar a tomada de decisão para o planejamento, execução, monitoramento e avaliação do processo escolar do Piauí. No entanto, o que dá significado a esses dados estatísticos é o contexto social, histórico e pedagógico da cultura escolar que de acordo com a região incorpora características peculiares de cada uma. A pesquisa contém um grande número de questões que trazem uma nomenclatura que nem sempre tem o mesmo entendimento entre seus profissionais, daí, sugere-se que se abra um item com DEFINIÇÃO DE TERMOS como forma de se garantir a compreensão da análise dos dados da pesquisa. Do mesmo modo, há de se explicitar as categorias teóricas e sociais eleitas para a análises dos dados sobre liderança e participação, As análises, aqui expostas, teve a preocupação de não somente de explicitar dimensões e variáveis de forma isoladas, mas estabelecer campos de interseção entre essas dimensões e variáveis como mecanismo de compreensão numa dimensão de totalidade e o mais próximo possível da dinâmica real das relações dentro e fora da escola e enfatizando aspectos de recorrências do mesmo fenômeno em diferentes escolas e contextos onde elas se inserem. Os dados da pesquisa, quanto a dimensões e variáveis, foram analisadas quanto aos campos de cruzamentos e de recorrências de fatos evidenciados. Assim, as dimensões 1(ambiente escolar), 2 (Liderança), 3 (comportamento do professor) e 7 (desenvolvimento do corpo docente) guardam uma simetria de fatos que formam uma rede de significados para a compreensão do todo. Nessa análise, estas dimensões estabelecem campos de interseção. Os dados das dimensões 4 (quatro) e 5 (cinco) e variáveis quanto a monitoramento e avaliação apresentam campos de interseção que permitem uma compreensão do fenômeno analisado. Os dados das dimensões 6 (comportamento do estudante) e dimensão 8 (participação dos pais) revelam campos de interseção e recorrências que aprofundam a compreensão dos significados subliminares aos dados da análise estatística. Refer|ências SANTOS, Bruno Freitas. O Multiculturalismo na Educação. MARGENS- Revista Interdisciplinar. VOL.14. N. 22. Jun 2020. (p. 88-100). Osório, Neila Barbosa. Bonatti, Quenidi Tadeu. Bonatti, Sônia Terezinha Baccin, Passos, Vânia Maria de Araújo. A FORMA DE AVALIAR E A PROMOÇÃO DO SUCESSO ESCOLAR. Revista Humanidades e Inovação v.8, n.64 CANEN, A.; MOREIRA, A.F.B. “Reflexões sobre o multiculturalismo na escola e na formação docente”. In: CANEN, A.; MOREIRA, A.F.B. Educação & Sociedade, ano XXIII, no 79, Agosto/2002 37 (Orgs.), Ênfases e omissões no currículo, Campinas: Papirus, 2001, p. 15-44. CHALITA, Gabriel. Educação: a solução está no afeto. 12ª Ed. São Paulo: Gente, 2004. CANDAU, V.M.F. “Pluralismo cultural, cotidiano escolar e formação de professores”. In: CANDAU, V.M.F. (Org.), Magistério: Construção cotidiana, Petrópolis: Vozes, 1997, p. 237-250. FREIRE, Paulo. Cartas a Cristina: reflexões sobre minha vida e minha práxis. 2ª ed. São Paulo: UNESP, 2003 FREIRE, P. & HORTON, Myles. O caminho se faz caminhando: conversas sobre educação e mudança social. 4 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2003. LIBÂNEO, J.; FERREIRA, J.; SEABRA, M. Educação escolar: políticas, estrutura e organização. 6 ed. São Paulo: Cortez, 2008. LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora?: novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 1998. MARQUEZAN, R., MELO, A.M., RODRIGUES, G.F.; NOAL, D. Dinâmica de Sala de Aula: uma variável na aprendizagem. In: Revista de Educação UFSM, n. 22, Santa Maria, 2003. MOREIRA, Antonio Flávio; SILVA, Tomaz Tadeu. Currículo, cultura e sociedade. São Paulo: Cortez, 1994. MOREIRA, A.F.B. A recente produção científica sobre currículo e multiculturalismo no Brasil (1995-2000): Avanços, desafios e tensões. Revista Brasileira de Educação, Campinas: Autores Associados/ ANPED, 2001, nº 18, p. 65-81. MOREIRA, A.F.B.; MACEDO, E.F. “Currículo, identidade e diferença”. In: MOREIRA, A.F.B.; MACEDO, E.F. (Orgs.), Currículo, práticas pedagógicas e identidades, Porto: Porto Editora, 2002, p. 11-33. Oliveira, Wilandia Mendes de. UMA ABORDAGEM SOBRE O PAPEL DO PROFESSOR NO PROCESSO ENSINO/APRENDIZAGEM. Revista do Instituto de Ensino Superior de Londrina. 2014 Disponível em: < https://www.inesul.edu.br/revista/arquivos/arq-idvol_28_1391209402.pdf> Acesso em: 12 Julho 2022. PADILHA, Paulo Roberto. Currículo intertranscultural: novos itinerários para a educação. São Paulo: Cortez; Instituto Paulo Freire, 2004. SANTOMÉ, Jurjo Torres. As culturas negadas e silenciadas no currículo. In: SILVA, Tomaz Tadeu da. Alienígena em sala de aula: uma introdução aos estudos culturais em educação. Petrópolis: Vozes, 1998. SÁTYRO, N.; SOARES, S. A infra-estrutura das escolas brasileiras de ensino fundamental: um estudo com base nos censos escolares de 1997 a 2005. Textos para Discussão, n. 1267. Brasília: Ipea, 2007. Instituto singularidades. O papel dos líderes no sucesso do ambiente escolar - A importância da gestão compartilhada sob a perspectiva da professora Magali de Paula [2019]. Disponível em < http://23.23.25.52/o-papel-dos-lideres-no-sucesso-do-ambiente-escolar/> Acesso em: 10 de Julho de 2022. SILVA, T.T. Documentos de identidade: Uma introdução às teorias de currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 1999. SOUSA SANTOS, B. A crítica da razão indolente: Contra o desperdício da experiência. São Paulo: Cortez, 2000. DALBEN, A. I. L. F. Avaliação escolar: um processo de reflexão da prática docente e da formação do professor no trabalho. Tese (Doutorado em Educação), Universidade Federal de Minas Gerais, 1998. DEPRESBITERIS, Lea, TAVARES, Marialva Rossi. Diversificar é preciso... Instrumentos e Técnicas de avaliação da Aprendizagem. São Paulo: SENAC, 1981. FREITAS, L. C. de. et al. Avaliação Educacional: caminhando pela contramão. Rio de Janeiro, Vozes, 2009. HOFFMAN, Jussara Avaliação Mediadora. Uma prática da pré-escola à universidade. Porto Alegre: Mediação. 2005

0 Comentários:

Postar um comentário

Assinar Postar comentários [Atom]

<< Página inicial